segunda-feira, 8 de abril de 2013

Etapas da Integração Regional


O estudo das teorias de integração regional se intensificam após o término da Segunda Guerra Mundial, quando passa a se destacar como ramo de estudo da economia internacional. Já não era mais interessante no que tange a economia e a política, dos Estados manterem um papel isolacionista no sistema internacional. Dessa maneira, viu-se a necessidade de criar vias para consolidar a integração entre os países a partir dos pressupostos da maior liberalização dos mercados, e, ainda, criar instituições de caráter internacional para viabilizar e equilibrar a balança entre os países. Segundo Balassa (1961), a integração era um processo voluntário de aumento de interdependências das economias, buscando assim, conduzir a uma diminuição das formas de discriminação comerciais.

Balassa colocou em questão o confronto entre dois diferentes pontos de vista, o dirigista e o protecionista, na construção de um conceito sobre os processos de integração. Neste sentido, para o liberalismo econômico, a integração nada mais é que regressar ao livre-cambismo do início do século XX, ainda apresentando um certo retorno aos ideais político-econômicos do pré-guerra, citando ainda, que, a integração será a não existência de barreiras ao comércio. Já no oposto a esta corrente, a autora cita ainda, que a integração pode ser alcançada a partir do comércio entre os Estados, bem como a partir de uma coordenação das economias nacionais, sem contudo, criarem barreiras ao livre comércio.

Ainda a integração enquanto um processo, é considerada um tipo de integração dinâmica, e, busca implementar medidas para a não discriminação econômica e comercial entre Estados. Integração enquanto uma situação, corresponde à integração estática e, é dada pela falta de discriminação entre economias nacionais consolidadas, sendo então o produto final do processo dinâmico no que tange à integração econômica. No geral, para Balassa, a integração nada mais é que um processo pelo qual os Estados que possuem interesses em comum, se relacionam e formam blocos, com o intuito de cooperarem em áreas econômico-sociais.

Balassa distingue os objetivos da integração econômica regional para países em desenvolvimento, falando sobre os 3 motivos que levariam à formação dos blocos. O primeiro motivo seria o de que integrar diminuiria a intervenção estatal na economia. O segundo motivo seria que a integração criaria uniões aduaneiras e estas facilitariam os fluxos comerciais internacionais, e, o terceiro motivo seria o fortalecimento das economias europeias, através da integração econômica.

Em relação aos países subdesenvolvidos, Balassa fala que a integração possui duas principais razoes. Primeira, o crescimento econômico atrelado, e, segunda, criar uma estrutura próxima a criada pelo Mercado Comum Europeu, com a finalidade de compensar as perdas nas trocas comerciais resultantes da implantação deste. Ainda, apresenta diversos níveis e graus de intensidade, apresentando uma integração por fases, sendo uma escala progressiva, que compreende os seguintes níveis: zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum, união econômica e integração econômica total.

Fazendo um apanhado geral sobre cada uma das formas, temos que a área de livre comércio é considerada a mais simples forma de integração econômica, e consiste na eliminação das restrições tarifárias e não tarifárias sob o comércio de bens entre Estados-partes. Nesta fase, cabe ressaltar que há uma unificação de normas de controle de qualidade e de padronização de produtos, buscando ainda, criar uma legislação específica comum para ser inserida no bloco. Ainda, os Estados-parte podem aplicar suas políticas tarifárias a Estados que não fazem parte dos acordos. Todavia, leva a existência de outros problemas como, desvios de comércio, na produção e nos investimentos.

Após a área de livre comércio, configura a união aduaneira. Esta fase, os Estados pertencentes ao acordo, além de adotarem as normas já adquiridas na fase anterior, impõem uma TEC para os países que não compõem o acordo ou bloco, e, serve como uma forma de harmonização das políticas econômicas.  A exemplo, temos o Mercosul, que configura uma união aduaneira incompleta, e, adotou a TEC em 1995. Neste sentido, segundo informações do IPEA, o Brasil precisa de negociar em bloco a tarifa externa comum para produtos advindos de fora do bloco. Todavia, o Mercosul não possui uma área de livre circulação de mercadorias, não tendo sido adotada, de modo que produtos argentinos, paraguaios e uruguaios possuem salvaguardas ao transito de mercadorias para o Brasil.

Já o mercado comum, segundo Balassa, é a etapa seguinte, e, é considerado uma fase mais avançada da integração. Nesta, além dos supostos das duas fases anteriores, adiciona a livre circulação de fatores de produção, agregando ainda a circulação de trabalho (mão-de-obra) e de capitais.

Na sequência, configura-se uma nova fase, a união econômica, que engloba as fases anteriores e adiciona o processo de harmonização das legislações nacionais que podem incidir direta ou indiretamente na economia, de modo que tais políticas passem a ser coordenadas por uma instituição comum a todo o bloco. Ainda, Belassa discorre que a união econômica é acompanhada de uma união monetária, a exemplo da União Européia, que impede os países de criarem e gerirem políticas monetárias e financeiras, bem como de valorizarem ou desvalorizarem suas moedas para favorecer a balança comercial. Dessa maneira, a união econômica abrange a mudança nos mercados em direção a um mercado único, favorecendo a circulação de mercadorias e de fatores produtivos. Para tal, atingir este nível de integração ainda prevê o estabelecimento de um instituição de caráter supranacional para gerir as políticas comuns entre os membros.

 
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2130:catid=28&Itemid=23
http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=374

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